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E- book: instabilidade como “Inovação” como instabilidade

Ainda existe – o termo não estará bem aplicado: há, na realidade, cada vez mais – quem glorifique, sem contraponto, o, muito recente, universo, escapista, da constante “innovation”. A perpétua “disruption”. Como se o novo, ainda não consumido, e a par do desejo de modernidade – este medo das origens – fosse o único valor desejável. Entende-se: é precisa, alguma, distracção. Esquecermos a crise. Para, quem sabe e em jeito de fuga para a frente, entrarmos noutra. Se não nos ultrapassarmos para lá desta situação. Deste encalhamento. Na defesa, pela defesa, da criação “a partir do caos”. Demanda pela instabilidade social e laboral – para, no fundo, não sairmos do sítio? -. E, em tudo isto, são especialistas os “apologistas da fragmentação”. Os “gurus da comunicação”. Neo-“evangelistas” dos media. O E- Book, que há poucos anos era considerado, no mercado, global, da “opinião”, a melhor coisa do mundo, normalmente, para quem pouco leu – embora não seja mau -, parece não estar a gerar o interesse pretendido pelos adeptos da “digitalização e da transição total”. Admitamos: não será, totalmente, de admirar. A pressa no pensamento, na análise e na postagem – a necessidade de fuga e de comércio – faz parte de uma ultra- globalização que prossegue em espiral. Principalmente em direcção aos gigantes da tecnologia e do digital. Os actores – exploradores – económicos do momento.. Que, muitas vezes como entretenimento, teimam em tentar secar tudo em redor. Mas, afinal e para nos integrarmos numa outra corrente – a “relativização total” -, existe, também, quem defenda a substituição integral das árvores por cópias plastificadas a nível internacional. Para isto: conferir a obra de Hermínio Martins intitulada “Experimentum Humanum”.

Este devaneio: a propósito de uma crónica , publicada ontem no El País, de Sergio Ramírez. Vice- presidente da Nicarágua. Sobre a possibilidade de sobrevivência, junto aos restos, daquilo que se poderia constituir como uma intemporalidade. Imune a ejaculações momentãneas: o livro em papel. Chama-se “Paisaje de batalla“.